Problemas com a tiroide?

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Problemas com a tiroide?

Problemas com a glândula tiroide

A glândula tiroide, ou glandula thyreoidea como é conhecida em latim, é uma glândula produtora de hormonas localizada no pescoço, logo abaixo da laringe. Os hormonas tiroideanos desempenham um papel essencial em diversas funções do corpo, incluindo o metabolismo, a produção de calor e o metabolismo do cálcio. Quando a tiroide produz poucas hormonas, ocorre uma condição chamada hipotiroidismo, e quando produz em excesso, ocorre hipertiroidismo. 

O papel da tiroide na saúde geral

Sem uma tiroide funcional, é difícil sentir-se bem. Esta glândula controla toda a produção de energia no corpo, o que demonstra a sua importância para o bem-estar geral. O objetivo é restaurar o funcionamento ideal da tiroide. Ajudar a glândula tiroide com uma dieta equilibrada, boa nutrição e redução de stress é o primeiro passo para melhorar a sua função e, consequentemente, a qualidade de vida. 

Recomendações para problemas com a tiroide: 

  • Tomar selénio, zinco, cobre, manganês e L-tirosina 

  • Tomar iodo em caso de deficiência comprovada 

  • Certificar-se de que os níveis de vitamina C e B6 estão adequados 

  • Evitar produtos de soja 

  • Garantir o bom funcionamento das glândulas suprarrenais 

  • Gerir o stress de forma eficaz 

  • Adotar uma dieta saudável e minimizar os hidratos de carbono refinados 

  • Em casos de hipertiroidismo, o consumo de ómega-3 pode ser benéfico, pois ajuda a reduzir inflamações no corpo 

  • Incluir a erva ashwagandha na dieta 

Efeitos secundários do hipertiroidismo

Quando a tiroide produz demasiados hormonas, o metabolismo do corpo acelera. O hipertiroidismo, também conhecido como tireotoxicose, bócio tóxico ou doença de Basedow-Graves, é uma condição caracterizada pela produção excessiva de hormonas tiroideanas. A doença de Basedow-Graves é uma doença autoimune em que os anticorpos presentes no sangue, em vez de inibir a função tiroideana, estimulam-na, levando a uma produção excessiva de hormonas. Pessoas com hipertiroidismo frequentemente sentem-se cansadas, mas têm dificuldade em relaxar. Inquietação, nervosismo, transpiração excessiva mesmo em condições de frio, palpitações e tremores são sintomas comuns. A fome constante e a perda de peso, mesmo com uma ingestão elevada de alimentos, também são sinais de hipertiroidismo. Outros sintomas incluem diarreia, hipertensão, sensibilidade à luz e ao vento, e sensação de irritação nos olhos. 

Problemas associados ao hipotiroidismo

Existem diferentes níveis de produção insuficiente de hormonas tiroideanas: primário e secundário. Quer se trate de hipotiroidismo primário, secundário ou apenas de uma função ligeiramente reduzida da tiroide, os problemas podem ser numerosos e desafiantes. Alguns dos sintomas associados ao hipotiroidismo incluem fadiga, sensação de frio, problemas de memória, prisão de ventre, necessidade aumentada de sono, metabolismo reduzido, queda de cabelo, cabelo seco, unhas frágeis, cãibras musculares, distúrbios do sono, excesso de peso (às vezes até mesmo baixo peso), pouca transpiração e sintomas de depressão, que podem incluir pensamentos suicidas. Infelizmente, os sintomas são muitas vezes difusos, e nem sempre os exames de sangue fornecem respostas claras sobre problemas da tiroide. Muitas vezes, o hipotiroidismo permanece não diagnosticado, mas os sintomas nunca mentem. Para compreender o que pode ser feito para melhorar a função da tiroide, é importante entender, de forma simplificada, como ela funciona. 

Como funciona a glândula tiroide

O hipotálamo no cérebro recebe informações sobre os níveis de hormonas tiroideanas no sangue e envia, de acordo com isso, uma quantidade maior ou menor de TRH (hormona libertadora de tirotropina) à hipófise. A hipófise, por sua vez, produz TSH (hormona estimuladora da tiroide), que sinaliza à tiroide para produzir tiroxina (T4), um pró-hormona, e triiodotironina (T3), a forma ativa da hormona tiroideana. A maior parte do T4 é convertida em T3 no fígado. Além disso, os rins, os músculos e o cérebro também podem realizar essa conversão. O T3 é então transportado para as células, onde regula o ritmo do metabolismo celular, estabelecendo a taxa metabólica basal do corpo. Como a produção de energia pelas células gera calor, uma produção insuficiente de hormonas tiroideanas resulta em menor produção de energia e calor, causando sensação de frio. Quando os níveis de T3 e T4 no sangue estão baixos, o hipotálamo sinaliza à hipófise, por meio de um mecanismo de feedback negativo, para produzir mais TSH, estimulando a tiroide a aumentar a produção de hormonas. O oposto também ocorre: níveis elevados de T3 e T4 levam o hipotálamo a reduzir a produção de TSH, diminuindo assim a produção hormonal pela tiroide. 

Causas segundo a medicina convencional

O hipotiroidismo clássico é caracterizado por níveis elevados de TSH e baixos níveis de T4 e T3. Nessa condição, a hipófise está a tentar estimular a tiroide a produzir mais hormonas. De acordo com a medicina convencional, a causa mais comum do hipotiroidismo é uma doença autoimune, em que anticorpos atacam o tecido tiroideano, impedindo a produção adequada de T4. Outras causas podem incluir deficiência de iodo, problemas na hipófise, ou alterações de temperatura que afetam a produção hormonal, que normalmente se ajustam em poucas semanas. 

Causas segundo a medicina complementar

Na medicina complementar, o hipotiroidismo pode ser atribuído à carência de nutrientes essenciais. O consumo elevado de alimentos ricos em isoflavonoides, como a soja, pode impactar negativamente a função tiroideana. Alimentos crus contendo goitrogénios – como couves de Bruxelas, brócolos, rabanetes e couve-flor – podem interferir na absorção de iodo, prejudicando a função da tiroide. Embora estes alimentos sejam saudáveis em geral, o consumo excessivo de alguns, especialmente crus, pode agravar condições da tiroide. Além disso, o tabagismo também prejudica a tiroide, particularmente em condições como a doença de Basedow-Graves, devido à conversão de cianeto presente no fumo em tiocianato, que interfere na absorção de iodo e na produção de hormonas tiroideanas. 

Diagnóstico

O diagnóstico de hipotiroidismo na medicina convencional é quase sempre baseado em exames de sangue que medem os níveis de T4, T3 e TSH. Se os valores de TSH, T4 e T3 estiverem dentro dos limites normais, o paciente não é considerado como tendo hipotiroidismo, independentemente dos sintomas apresentados. No entanto, os exames de sangue podem ser uma ferramenta limitada no diagnóstico de condições relacionadas à tiroide. Análises de urina são consideradas uma alternativa mais eficaz, pois podem ajudar a identificar hipotiroidismo subclínico que os exames de sangue podem não detectar. 

Medicação

Na Suécia, o medicamento Levaxin é frequentemente prescrito para tratar hipotiroidismo. Contudo, se houver uma deficiência de iodo, a situação pode piorar, uma vez que o Levaxin aumenta a necessidade de iodo, reduzindo assim a sua disponibilidade para os tecidos do corpo. Portanto, antes de iniciar o tratamento com Levaxin, é recomendável verificar os níveis de iodo. Caso exista deficiência de iodo, é possível que os sintomas não melhorem e, em alguns casos, até piorem com o uso do medicamento, independentemente de a causa ser autoimune ou outra. 

Tiroide e nutrição

De uma perspetiva nutricional, o hipotiroidismo pode ser causado por carências de nutrientes específicos. A falta de nutrientes necessários para a produção de T4 ou para as células responderem adequadamente ao T3 pode originar sintomas semelhantes aos do hipotiroidismo, mesmo quando os níveis hormonais estão normais nos exames. Elementos como selénio, zinco, cobre e manganês são cruciais para a conversão de T4 em T3 no fígado. Além disso, a glândula tiroide contém a maior concentração de selénio no corpo humano. Nutrientes como vitamina B6 e vitamina C, juntamente com L-tirosina, desempenham um papel importante no suporte à produção hormonal e na função das células. Plantas como Commiphora Mukul e Ashwagandha também podem beneficiar a tiroide, melhorando a função antioxidante no fígado e apoiando a conversão de T4 em T3. 

O impacto do stress na tiroide

O stress crónico tem um efeito extremamente negativo na glândula tiroide. A enzima responsável pela conversão de T4 em T3 é inibida pelo cortisol, uma hormona produzida em situações de stress. Embora o cortisol seja essencial para lidar com o stress, níveis elevados e prolongados dessa hormona podem prejudicar significativamente a função da tiroide. Como o funcionamento das glândulas suprarrenais e da tiroide está interligado, o tratamento pode ser mais desafiador. Em alguns casos, medicamentos para a tiroide podem não apresentar os resultados esperados se as glândulas suprarrenais não estiverem a funcionar corretamente. Portanto, é fundamental gerir o stress e, se necessário, avaliar tanto as suprarrenais quanto a tiroide durante o tratamento. 

Palavras finais

Todos os dias, enfrentamos escolhas que podem melhorar ou prejudicar a nossa saúde. Comece hoje, lembrando-se de que a saúde não é algo que surge de repente, mas sim o resultado de decisões conscientes feitas diariamente, um passo de cada vez. 

Autor e Revisor